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EXPLICANDO UM POUQUINHO...

Todas estas considerações sobre o feminino são buscas de sentido existencial profundo da identidade de gênero e não, como se pode pensar primeiramente uma disputa com o masculino.

Com certeza o homem tem as suas questões acerca dos padrões culturais, religiosos e sociais a eles impostos, porém deixo para eles a discussão!

Na pré-história a adoração do feminino, o grande princípio criativo, era vinculado a percepção mágica da geração da vida.

 

Vênus de Laussel

Depois disto, ainda surgiram na velha Europa povos "Matricêntricos" e "Matriarcais", como os Celtas cuja transmissão da tradição era oral e das quais, os registros escritos somente começaram nas invasões romanas. Mas bem antes disso, a Europa já vinha sendo invadida por levas de povos Nórdicos, guerreiros, onde as deusas dos povos invadidos viraram consortes dos deuses invasores.

Na Índia também os povos Dravidianos, do Vale do Rio Indo, comprovadamente matricêntricos, foram invadidos pelos Arianos, vindos do Oriente Médio, quando então começou a transformação da cultura Tantrica, com a submissão e fragmentação da "Mahadevi" aos deuses invasores da nova cultura Védica.

Porém a Índia é atualmente o único país a ter culto a deusas ancestrais, onde ainda aparecem vestígios da "Grande Deusa" única. O que não melhora em nada a condição da mulher.

Aqui Shiva com Parvati uma de suas deusas consorte, fragmanetada da Grande deusa única,. Ele tem a cor azul da dividad superior.

No ocidente, foi o advento do catolicismo que aliado ao poder do estado romano iniciou o aprisionamento da humanidade ocidental onde o estado geria o "corpo" e a igreja o "espírito". O imperador Constantino (288-337 e.a.) adotou o cristianismo porque queria uma religião burocrática e organizada para ajudá-lo na coesão do império que se desmantelava.

 A misoginia do catolicismo foi e ainda é prevalente na manifestação dos conceitos a respeito da mulher. Desde a criação da filosofia onde a mulher na figura da Eva, era a fonte do pecado, da impureza e da perdição.

 Muito antes inclusive, no judaísmo, temos Lilith, a mulher que foi criada, não partir da metade feminina de Adão com o pó da terra, mas com "a imundície e o sedimento impuro".

 

Deusa suméria Lilitu-Inanna

Esta figura foi criada com o objetivo de incorporar à grande deusa suméria Lilitu-Inanna, todos os atributos negativos.

A intenção clara desta "mitologia" era destituir de poder a mulher e as prostitutas sagradas que tinham direito à herança e a gerir os bens familiares, além de possuírem "poder social", garantindo assim também ao homem o conhecimento da sua prole.

Mas apesar de tudo ao longo dos milênios as tradições pagãs continuaram subsistindo, passadas como segredo entre as mulheres sábias. Como mostra bem este poema de Anne Sexton, "Sapatinhos Vermelhos":

 

Estou parada na arena

Na cidade morta

E calço os sapatos vermelhos...

Eles não são meus.

São de minha mãe.

Da mãe dela antes.

Passados de mãe para filha

como bens de família

mas escondidos

como cartas vergonhosas.

A casa e a rua às quais pertencem

estão ocultas e

Todas as mulheres, também,

 estão ocultas...

 

 Durante os séculos da Inquisição, milhares de mulheres foram torturadas e queimadas, por conta da misoginia da igreja católica. O livro "O Martelo das feiticeiras" conta estes lamentáveis atos da igreja católica que perduraram até o século XVIII.

Outro dado que se deve levar muito em conta é que ao longo da história, estas questões de gênero pouco efeito tinham, de modo geral, nas classes agricultoras, produtoras e classes mais pobres onde todos trabalhavam igualmente.

Com certeza, a dificuldade com a contracepção foi um problema nas questões da emancipação da mulher nos tempos modernos.

Atualmente, com todos os recursos da medicina, nós, mulheres ocidentais, temos a possibilidade total de gerir esta questão e socialmente a liberdade de escolher todos os nossos caminhos.

Sendo então aqui que queria chegar, porque penso que a reflexão sobre a evolução da questão da mulher na história da humanidade pode trazer, de maneira muito libertária, soluções individuais de vida, escolhas e futuro pessoal, no sentido de que estes arquétipos soam fundo na alma de cada uma de nós.

Deusa Grega Perséfone

Um bom arquétipo para começar é o da Deusa Perséfone, que desceu ao submundo com uma jovem, e depois de varias transformações voltou "Senhora do Mundo dos Mortos". 

Acredito que um grande desafio para os gêneros está na descoberta para mulher de um "modo feminino de estar no mundo"

e, para os homens uma forma de viver a vida privada e a paternidade de forma mais "afetiva e efetiva".

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



18/10/2009
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