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A CONSCIÊNCIA DE SI

A medida da possibilidade do poder sobre a própria vida é diretamente proporcional à consciência que temos de nós mesmos.

Durante a terapia Reichiana que fiz por muitos anos com o Psicólogo Amadeu Weinmann, tinha como um dos enfoques, a questão "histórica" da vida do individuo. Sendo ele anteriormente formado em História, trazia para o processo terapêutico esta interessante visão do Self, que contemplava uma apreciação de toda a vida enfatizando os fatos e as respectivas conseqüências "históricas" deles.

Foi muito interessante, pois eu acho que esta abordagem propicia a percepção do Self de uma maneira que desperta justamente a consciência de si, no sentido de vincular estreitamente às situações de vida com os conseqüentes resultados das atuações do indivíduo.

A visão em perspectiva mostra um panorama das nossas vivências, escolhas e principalmente dos resultados, o que permite uma atuação real, no aqui e agora, no sentido da transformação e superação de padrões estabelecidos e já obsoletos.

A clareza e a liberdade de tomar decisões e escolher caminhos individuais e originais é uma das conquista da consciência aberta, consciência esta que está também entranhada no corpo físico.

Quando li o primeiro livro do Dr. José Ângelo Gaiarsa, "O que é Corpo" fui apresentada ao meu próprio corpo de uma forma totalmente nova que me deixou fascinada.

 Ao fazer o curso "Terapia Pelo Prazer e Movimento" com o Dr. Gaiarsa desenvolvi a "Própriocepção", ou seja, percepção profunda e consciente do corpo, suas expressões e manifestações. A terapia Reichiana, os exercícios de própriocepção e a prática do Yoga me deixaram "íntima" de meu corpo de uma forma muito mais intensa.

A descoberta dos Arquétipos Femininos nas figuras das Deusas descortinou para mim um panorama interior completamente novo.

Durante toda a minha vida tive comportamentos que questionavam os padrões femininos estabelecidos, causando muitos conflitos, tanto familiares como de adaptação social.

Percebo hoje que inúmeras vezes encarnei a "rebelde sem causa", pois não tinha nenhum subsidio feminino externo ou "público", social, que me trouxesse insights para a consolidação de escolhas conscientes de vida.

Hoje, depois de tão longa caminhada e de ter incluído a Deusa na minha vida psíquica, reconheço em mim antigas Ártemises, Perséfones, Afrodites, em escolhas "às escuras" que fiz, mesmo nos processos terapêuticos pelos quais passei que nunca trouxeram ou validaram as questões do feminino, senão a partir de uma visão conceitual masculina.

Devo esta descoberta à Márcia Frazão, escritora bruxa brasileira, que assisti num programa do Jô lá pelos idos de 1995 e também aos fantásticos livros "Mulheres que Correm com os Lobos" de Clarissa P. Estes e "As Deusas e a Mulher" de Jean S. Bolen.

Acredito que este contato com a Deusa nos seus inúmeros aspectos juntamente com a avaliação de padrões culturais, digamos, patriarcais vigentes, temos novas possibilidades de fazer escolhas enquanto "indivíduos conscientes do si mesmo", para muito além das questões ou limitações de gênero.

No caminho para a construção da minha consciência, entra muito fortemente a Filosofia Taoísta, desde que li o livro "Momento em Pequim", quando tinha 12 anos, impregnou-se na minha vida um sentido profundo dos conceitos do Vazio Criador e das infinitas possibilidades que traz o contato com o TAO. A realização, porém, disto tudo só veio muitos anos mais tarde, quando retornei ao livro e então percebi os imensos efeitos daquele meu amor por ele.

Tenho certeza de que a minha vida hoje, velejadora, morando no meu amado veleiro TAO, me possibilita a olhar para atrás com satisfação sobre a evolução das escolhas que fui fazendo ao longo da vida adulta.

Escolhi e paguei o preço. Algumas vezes bem caro, por "sair dos trilhos", mas valeu, valeu cada minuto, a paz interior de ter seguido à própria alma é inigualável!

Olhando o que ficou para trás quando deixei a terra firme, minhas atividades profissionais na Escola Amigos do Verde, anteriormente os trabalhos na Coolméia e no Greenpeace, e sentir a realização profunda de ter podido plantar sementes de uma vida mais saudável e ecológica em tantas pessoas, crianças (meus amados Amiguinhos do Verde) e adultos é muito realizador.

Como Terapeuta de Florais, ter passado a tantas mulheres um pouco da minha vivência e também aprendendo muito com elas, foi incrível.

Por tudo isto é que gostaria de dividir com todos a trajetória, do que eu considero pouco mais da metade da minha vida, pois tenho 50 anos, de busca do meu "Self Original". Considero que já consegui alguma coisa e agora na maturidade e nos braços do TAO, com pés de criança, o infinito se abre para mim...     

 

 



07/12/2009

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