virandolua

Estive lendo muito, nestes últimos dias dois livros do Osho:

"Liberdade, a Coragem de Ser Você Mesmo" e "TAO, sua História e seus Ensinamentos", Onde as questões da consciência de si e da responsabilidade total que temos sobre toda a nossa vida, ações e escolhas são o foco principal.

O Osho tem uma capacidade fantástica de colocar com uma clareza de cristal as questões, nos deixando inexoravelmente de cara com a realidade interior.

Na verdade, este caminho de auto-conhecimento é só de ida, depois que "abrimos as gavetinhas", não tem como voltar atrás, hehehe! E essa lucidez, por mínima que seja, é implacável.  

Já cheguei a um estágio onde certas coisas não têm mais espaço para continuarem a existir, mas eu não tenho a coragem necessária para fazer as mudanças... Refletindo bem, não é somente o medo , são condicionamentos e estruturas mentais, as quais me dão "um baile" na hora de confrontar a necessária mudança. O ego nunca se entrega assim no mais!

Segundo o TAO, devemos agir pela não ação e sem esforço mas, paradoxalmente, temos que nos esforçar para não fazer esforço.... Aiaiai!

A pior parte é sempre esta, quando estamos no limbo, estamos com um pé no barco e outro na terra, prá cair é um átimo...

Mas eu não consigo fazer o que o poeta Clairto M., do "Poemas no Ônibus", aqui de Porto Alegre, que eu li esta semana, voltando para casa à noite escreveu:

"Escondi minha alma.

Nos confins,

Na distância do possível.

Suficientemente longe, para não ouvi-la,

Necessariamente perto, pra não perdê-la" .

Sabem aquelas caminhonetes que passam na estrada, carregando a geladeira velha pra praia? Cobrem-na com uma lona, certos de que está bem amarrada mas antes do meio do caminho a lona já está voando, sacudindo loucamente, fazendo um barulho daqueles.

Minha alma é como a lona, não está nem cobrindo a geladeira e nem solta ao vento, voando livre e "sem esforço". E ainda por cima está fazendo um barulho infernal, hahaha!