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Provavelmente o deus mais famoso no panteão hindu é o Ganesha, o deus com cabeça de elefante, que é adorado por hinduístas, budistas e jainistas igualmente. Ainda que conhecido como o filho mais velho de Shiva e Parvati, há ilustrações de um elefante sagrado que são tão antigas como as representações de um yogue, a quem se considera que é o antecessor do deus yogue Shiva. De fato, os seguidores fervorosos preferem Ganesha a Shiva como o Senhor do Yoga. Estes seguidores vêem em toda a sua aparência, incluindo o rato que sobe, um significado simbólico, que o relaciona aos princípios do Yoga. Entretanto, Ganesha é tamb´wem um deus tipicamnete popular, e neste sentido se considera o deus da sabedoria, o que traz sorte, e o que salva dos obstáculos. Antes de qualquer viajem, qualquer ritual ou ato maior, é Ganesha o convocado e o que se adora primeiro. Está casado com "Siddhi", ou "Força Mística", e "Buddhi" ou "Profundidade". É o protetor do conhecimento, dos livros e da educação. Sendo considerado que ele foi o escritor do "Mahabharata", ditado pelo sábio Vyasa. 

É representado como um deus com uma grande barriga, e ao menos quatro braços, sentado em um trono de lótus, sobre um rato de sobe ou então dançando. Seus atributos mais comuns são o laço, a tromba de elefante, um prato com doces de grão de bico. Traz uma serpente em seu cinturão e sua enorme pança simboliza o universo. Esta amigável manifestação tão terrestre, e ao mesmo tempo, com seus elevados princípios yóguicos encarna um paradoxo: as delícias terrestres não têm que ser um obstáculo para a profundidade espiritual. Há distintas histórias sobre o seu nascimento, como filho de Shiva e Parvati, e sobre a origem de sua cabeça de elefante. Segundo uma história popular, Parvati estava só porque shiva havia se retirado para meditar durante bastante tempo. Ela decidiu fazer-se um filho ela mesma  e o fez do pó de seu corpo antes de tomar seu banho diário. Seu trabalho era guardar as portas de seu palácio. Quando Shiva voltou a casa, Ganesha não o deixou entrar e Shiva, furiosamente, cortou a cabeça do obstinado guarda de sua mulher, sem dar-se conta de era seu próprio filho. Parvati se encheu de tristeza e pena e Shiva a consolou com a promessa de substituir sua cabeça com a do primeiro ser vivente que viesse... E este foi um elefante. Quando Shiva cortou a sua cabeça, uma das presas se quebrou, sendo por isso que Ganesha possui uma só presa.

Igualmente que Omkara-Ganapathi, Ganesha mostra claramente como toda a sua manifestação deriva do som sagrado AUM ou OM, segundo os seguidores do Yoga. Tanto em sânscrito (esquerda no desenho), como em tamil (direita), a sílaba OM tem uma forma onde é possível distinguir a cabeça, a tromba e a presa curva de Omkara-Ganapathi.

Sri Ganesha, e o Omkara

Há umas noventa manifestações conhecidas de Ganesha ou Ganapathi, ocasionalmente tem dois braços, mas normalmente tem quatro e inclusive dez. Em muitos casos, só há uma única cabeça, mas também são conhecidas manifestações com cinco delas.

O Ganesha dançarino, Nritya-Ganapathi, é uma manifestação especial. Para um observador casual pode parecer bastante desengonçado, porém de fato, esta dança tem um significado tão profundo como a dança cósmica de Shiva. Com o movimento balançante desde seu pé esquerdo, até o seu pé direito, Ganesha faz com que o munda apareça e desapareça. A dança de Shiva pode parecer mais variada e sobretudo mais elegante, mais é somente a coreografia superficial. A dança de Ganesha revela as batidas do coração do universo e o ritmo fundamental que une todas as manifestações existentes, não importa o tão cru ou bizarro que possa parecer a primeira vista.

Sri Ganesha dançando sua dança cósmica.

Extraído e traduzido do livro: "El Libro de la Imagineria Hindú, Los dioses y sus Símbolos" de Eva Rudy Jansen, Editora Binkey Kok – Diever/Holland