virandolua

A razão pela qual acho interessante a busca pelos arquétipos femininos mais antigos, pelas Deusas, é que através delas podemos sondar muito sobre a natureza feminina sem a intervenção do acervo psicológico conhecido e criado por Freud, Jung, Reich e todos os outros rapazes.

Em quase todas as culturas, e também na nossa cultura ocidental, desde a antiguidade até hoje relegou - se a mulher um papel submisso ou até um "não papel" na vida social, a vida fora do âmbito doméstico, com exceção das prostitutas é claro.

Hoje, com as mudanças sociais e culturais, existe uma grande demanda pela tomada de posições pela mulher na vida pública e isto me traz à mente esta dúvida que me acompanha, desde a adolescência.

Justamente, foi neste o momento quando começamos a nos configurar como mulheres, que se iniciaram meus grandes problemas de adaptação social, e conseqüentemente a busca por respostas, as quais há pouco tempo se concretizaram em meu interior.

Quando em 1996, já com 37 anos, ganhei o meu precioso livro "Mulheres que Correm com os Lobos" e quase ao mesmo tempo, assisti à entrevista da bruxa Márcia Frazão no Programa do Jô, as luzes começaram a se acender para mim.

Descobri que havia "Deusas", que sim, existia um "Feminino Sagrado", que as mulheres haviam escrito a sua história, secreta, à luz da grande deusa branca, a Lua, muitas pagando um preço muito alto por isto, como a fogueira e a tortura. Vi que nós mulheres somos naturalmente eróticas e subversivas, e por isso assustamos tanto o sexo oposto e, até a nós mesmas!

Tive e tenho ainda um longo e tortuoso caminho a percorrer, pois encontrar um "modo feminino de estar no mundo" requer tempo, intenção, muita vontade e foco.

Hoje a oportunidade de criar este blog e dividir meus questionamentos, descobertas e realizações com todas e todos me faz muito feliz. E também vejo as Deusas animadas, antevendo o contato com muitas mulheres em quem o Seu arquétipo estava adormecido...