virandolua

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MEIA NOITE EM PARIS

Fomos ver o último filme do Woody Allen, “Meia Noite em Paris” e adoramos. Tenho lido muitas opiniões diferentes sobre este filme, tipo “adoraram ou detestaram”, hehe!

Para mim, bateu fundo.... Nos anos 70/80, li muito Ernest Heminguay, Sartre, Hermann Hesse, Fitzgerald... Li também sobre como era aquela “geração perdida”... Sonhava, assim como Allen, chegar num café, na Rive Gauche e ver o Heminguay escrevendo e bebendo... Quantas vezes fiquei imaginando como seria a casa de Gertrud Stein, como seria ser uma mosquinha lá, numa parede,  ouvindo e curtindo  os encontros... as conversas... as sacações...

Foram tempos negros tanto por causa da ditadura militar, que afetou minha família de muito perto como por causa da minha própria adolescência conturbada, para ser bem delicada no adjetivo, hehehe... Eu era “rata” da biblioteca lá do Instituto de Educação Gen. Flores da Cunha, onde estudei por muitos anos, clássicos ingleses, existencialistas, que combinação.... Junto com a minha “deprê” particular, era uma fórmula explosiva!

Passou... foi passando... a ditadura, a adolescência, os filmes do cineme Bristol e Vogue, as noite no Clube de Cultura, o “sexo, drogas e rock and roll”, voltar para casa em Petrópolis a pé, parando para comprar pão na padaria Record...  Bons e maus tempos aqueles... era tudo tão visceral, tão profundamente vivido.

Depois de muitos anos percebi que estas experiências são um tipo de base, do meu eu. Por muito tempo fiquei com a “chaga” da rebeldia sem causa, mas na verdade hoje eu sei e principalmente sinto que tudo isso me trouxe uma humanidade muito querida e prezada por mim, hoje, na maturidade. Tenho certeza absoluta de que só nos arrependemos daquilo que não fazemos. Claro que hoje eu reflito muito mais antes de escolher, mas até aí nenhuma novidade, é o ganho da experiência, não?! Mas não deixo nunca de arriscar, de viver até mais fundo dos sentimentos, é muito bom assim, no fear... no regrets...

Voltando ao filme, o protagonista chega àquela conclusão brilhante de que “o melhor lugar do mundo é aqui e agora” como disse o genial Gilberto Gil! É onde está o poder, neste átimo, neste milésimo de segundo do aqui e agora.... E ele faz a escolha. Ele segue seu desejo. Ele vai ficar vivendo em Paris (Aí, que inveja!) os seus sentimentos, desejos e sonhos...



12/08/2011
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